sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Pelos Caminhos de Barukh Spinoza

Algo, por agora:


No seguimento da admiração, em certa altura, de Leibniz por Spinoza viajarei por entre momentos da sua vida e obra, entre outros e ele, entre ele e os outros. Aliás, duas visões sobre as coisas que se tocam e se afastam. Ambos, morrem sós e abandonados.
Até ao momento, a primeira impressão que fica é de homem austero, frugal, estudioso, que desenvolveu as suas ideias e se manteve firme nas suas convicções. Tinha a sua perspectiva sobre as coisas e não abdicou delas. Foi fiel aos princípios que defendeu. Talvez, se tivesse outro modo de estar e ser na vida, outro trabalho e outra saúde, poderia ter aprofundado uma ou outra visão das coisas de outros interessados da sua época, o que levaria a mudanças nas suas noções. Mas, a morte interrompeu-lhe o caminho. Não era fácil viver nas circunstâncias que o rodeavam e viver praticamente isolado. Eram outros tempos. Se as coisas não fossem assim, eu não estaria aqui a caminhar com ele, através das suas palavras e das dos outros a respeito do seu pensamento.
Dá-nos, em termos teoréticos, uma imagem da substância suprema que não partilho totalmente, mas a ver vamos. Vai-se subindo as escadas devagarinho, saboreando degrau a degrau.

Desde logo, algo incompreensível num mundo de homens, mas a história é assim mesmo, de vez em quando, em nome seja lá do for, surgem as asneiras, e gravíssimas por continuarem por muito tempo:
" A inquisição tem início em Portugal com o pedido da sua instauração feita por D. Manuel I ao Papa, em 1496, por motivos das contra-partidas do seu casamento com uma princesa espanhola. É oficialmente estabelecida em 1531 pela bula papal para o efeito de Clemente VII. Era um tribunal eclesiástico junto da corte, teve a sua expansão e terminou com a Revolução Liberal, em 1821, embora continuasse em termos religiosos, sob a forma de Congregação Para a Doutrina da Fé. Essencialmente, baseava-se na denúncia popular, sendo depois analisada pelo tribunal inquisitorial competente da zona e finalizava com o respectivo julgamento. Uma estrutura que servia a igreja e a corte na eliminação de todos aqueles que se lhes opunha e não professavam a religião católica instituída".
Portanto, por vezes, trilham-se caminhos que mais valia não entrar neles, mas a história cá está; se honesta, crítica e objectiva não esconde.

Marrano - gentio convertido à força ao Catolicismo, como os judeus, os muçulmanos e outros com confissão religiosa ou sem ela.

Os judeus portugueses daquele tempo e anteriores eram descendentes da comunidade Sefardim que se estabeleceu na Espanha, advindos da Judeia, daí eles ser apelidados de sefarditas.

Saliento o grande papel do Santo João Paulo II na limpeza definitiva destas questões gravíssimas que aconteceram e foram provocadas por um submundo de homens. É Santo por isso mesmo.

Mais de quatrocentos anos para admitir a liberdade! Serão precisos mais quatrocentos para adicionar à liberdade a responsabilidade? E, serão precisos mais dois mil e poucos anos para se perceber que o horizonte não é destes poucos e daqueles, mas de todos?
Talvez.
São meras impressões tornadas públicas.



quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Pequena História da Vida de Aristóteles (9)

Trajectos de vida de um grande homem, sem ele outros não o seriam. Hoje somos diferentes porque raciocinámos diferente, em parte devido a ele.


... há sempre um devir

Pequena História da Vida de Aristóteles (8)

A Morte Física


323 A.C. Morre Alexandre na Babilónia, derivado às febres, após treze anos de reinado.
Surge Demóstenes a encabeçar a revolta ateniense contra os macedónios, que os vence e expulsa. A filosofia de ideias objectivas de Aristóteles teve sempre reacção negativa do sacerdote Eurimedote que o acusa de impiedade.
Pela lenda, literatura, história a Grécia e a Macedónia estão ligadas. Quando a Macedónia empobrece desprezam-na, quando enriquece temem-na, por outro lado as piram à conquista da Pérsia.
Para um ateniense, a Macedónia é selvajaria, terra de rudes montanhas, vales fundos, florestas verdejantes, abruptas quedas de água a natureza é exuberante, as bacantes têm ali o seu domínio, lá se encontram os ritos, os gritos orgiásticos e os latidos dos cães, tudo isso desagrada muito ao seco cidadão ateniense. Para o ateniense Aristóteles será sempre um meteco (estrangeiro).
Acusam-no de ateísmo, de impiedade, de defender o ideal macedónico e de asebeia e de colaborar com os macedónios, descobrem um hino-poema (pean) dedicado ao tirano Hérmias. A isto juntou-se a inimizade dos intelectuais e os discípulos de Isócrates.
Aristóteles tem 61 anos, sem esperar pela decisão do tribunal acusatório, abandona a direcção da escola. Os sentimentos anti-macedónicos dos atenienses levam-no à pressa a abandonar Atenas, para não se dar outro crime contra a filosofia, como os de Anaxágoras, Diágoras, Protágoras e Sócrates.
Entrega a gestão da escola a Teofrasto. Olha pela última vez para a escola, com os manuscritos, Herpília, os filhos Pítia e Nicômaco retira-se para Calcis, terra da mãe, na Eubéia. Atravessa o estreito de Eurico, que separa a ilha da Ática.
Instala-se na casa que fora de sua mãe, propriedade de boas dimensões. Projecta inúmeros trabalhos, mas não tem a sua biblioteca, os seus amigos, embora esteja perto do mar e das gentes. Está doente do estômago a algum tempo, o corpo já não reage.
Em Atenas humilham-no e retiram-lhe as honras.
Antipater derrota os gregos e retoma Atenas, mas Aristóteles já não tem forças para voltar.
Um pouco de ficção pessoal:
Depois de tomar um bom banho, sentou-se na mesa a olhar o mar, pensativo, com um ar calmo e sereno, mas ao mesmo tempo com as dores habituais no estômago. Come alguns bocados de pão de cevada, molhado em água e vinho, algumas nozes e figos secos, um pouco a contragosto. Como que retém, acutilantemente, pelas últimas vezes, o diverso, em busca do que é semelhante e do que é diferente. Adormece e no seu cérebro circula: Alguma coisa ficou feita, tanta coisa fica por fazer. Um caminho existe, não faltará quem o alargue e prolongue…
Entre os seguidores do liceu, destacam-se Eudemo de Rodes e Andrónico de Rodes, organizador das obras (século I).
Revolta dos gregos contra os Macedónios na Guerra Lamiana.
Na Batalha de Amorgos capitulam os gregos e dissolve-se a Liga de Corinto.
A Grécia irrompe em novas guerras de sucessão. Impuseram-se os Antagónicas na Macedónia, a monarquia Selêucida no oriente e a Ptolomaica no Egipto.
322 A.C. Morre no verão deste ano, após enfermidade aos 62 anos, sem se saber as circunstâncias.
215 A.C. Filipe V da Macedónia alia-se ao cartaginês Aníbal na defesa contra os romanos.
197 A.C. Os romanos derrotam esta aliança na Batalha de Cinoscéfalas. Dominam respeitosa e prudentemente os gregos.
146 A.C. Os romanos submetem definitivamente os gregos, as cidades perdem a sua autonomia.

Pequena História da Vida de Aristóteles (7)

... Estado adulto (continuação)


335 A.C. Sobe ao torno Alexandre.
Alexandre liquida a sublevação dos Trácios, Ilírios e Tebanos. Confia a Antípatro a regência da Macedónia e o governo da Grécia. Para o governo de Atenas é nomeado Antipater, protector da cultura e amigo de Aristóteles. Alexandre com vinte anos, relança o projecto de invasão da Pérsia. A Liga de Corinto nomeia-o Comandante Supremo e coloca os Gregos debaixo do seu domínio.
Alexandre, a pedido de Aristóteles, reconstrói Estagira.
334 A.C. Alexandre cruza o Hellesponto, atravessa o Bósforo. Avança pela Ásia a dentro, derrotando Dário III na Batalha de Granico e rumou até à Índia.
Com 49 anos, Aristóteles dirige-se para Atenas, na companhia do seu amigo Teofrasto. Na Academia Platónica está o seu amigo Xenócrates. Mas, decide fundar a sua própria escola, não esquecendo as divergências que tinha com aquela escola, defende uma escola não voltada para a matemática, mas virada para as ciências naturais. Alexandre é o seu mecenas e prontifica-se em o financiar. Num bosque a nordeste de Atenas, onde existe um templo dedicado a Apolo Liceano (Lykaios), (Lício), adquire um ginásio, ladeado por alamedas (peripatos) cobertas de árvores frondosas e embelezado com colunas (peristilos). Neste vasto espaço constrói depois a biblioteca, museus para as colecções, salas de trabalho, …
Ao contrário da Academia Platónica, O Liceo (Lykeion) ou escola peripatética privilegiava as ciências naturais. Aristóteles dedica-se ao estudo e sistematiza os seus cursos, recolhendo materiais de outras filosofias passadas e presentes. O trabalho cobria os campos do conhecimento clássico: filosofia geral, filosofia primeira, lógica, ética, política, retórica poesia, biologia, zoologia, medicina. Estabeleceu as bases das disciplinas quanto à metodologia científica. Recolhiam informações acerca de tudo e organizavam depois esses dados num sistema global. Era um grande centro de estudos, em que os mestres se dividiam por especialidades, não apenas filosóficos mas, igualmente, de ciências naturais dotado de um grande acervo de livros.
Alexandre para além da ajuda financeira, também lhe enviava exemplares da fauna e flora dos povos por onde passava.
Com a ajuda do fiel amigo Teofrasto ensina durante 12 anos.
Os cursos esotéricos (acroamáticos), na forma de …, para os alunos internos e os exotéricos, na forma dialéctica para o público em geral. Os alunos eram conhecidos como os peripatéticos, nome decorrente do facto de Aristóteles ensinar ao ar livre conversando e discutindo, passeavam sob as árvores das alamedas que circundavam as instalações da escola. Passear, obedecendo à natureza, activa a digestão, a bílis, o sangue e o calor.
Aristóteles não apreciava os excessos de Alexandre, ele é o criador do bom-senso, o justo meio que se situa entre o defeito e o excesso. Desaprova o seu comportamento. Não lhe perdoará a morte de Clístenes, seu sobrinho querido, que não aceitava Alexandre como sendo um deus.
...



terça-feira, 6 de novembro de 2012

Pequena História da Vida de Aristóteles (6)

Estado Adulto (continuação)




347 A.C. Morte de Platão. Para a direcção da Escola e em testamento, Platão escolhe Eupeusipo, seu sobrinho, professor medíocre, que acaba por morrer devorado pelos piolhos. Aristóteles abandona a escola por divergências quanto à nova orientação, discordava da matematização da filosofia, e por outro lado, o espírito puro sentiu-se preterido e julgava-se mais capaz para o lugar.
Transfere-se após uma atribulada viagem para a cidade de Atarneus - Assos, na Eólida, Ásia Menor, litoral da Turquia actual, na companhia de Teofrasto, Xenócrates e outros alunos da academia, juntando-se a uma comunidade de ex-alunos da escola de Platão, protegidos por Hérmias, rei de Atárnea, seu amigo, também ex-aluno da academia platónica, eunuco, escravo liberto, rico, poderoso, amigo da filosofia é agora o tirano. Com este grupo funda um círculo filosófico. Aqui permanece, mais ou menos, três anos. Não é sua intenção moralizar Hérmias, junto ao mar e às pessoas, aproveita para desenvolver os seus estudos, lê e escreve, desenvolvendo aqui a maior parte das suas investigações biológicas.
É aqui que conhece Pítias, sobrinha de Hérmias, com quem vem a casar.
345 A.C. Até que, Hérmias é traído, entregue aos Persas, eles descobriram que Hérmias estava a colaborar com os macedónios, matam-no, crucificando-o, em Persópolis.
344 A.C. Com o assassínio de Hérmias parte para Mitilene, capital de Lesbos (Safos), com Teofrasto. Este era nativo desta cidade. Aí continua as suas investigações biológicas.
343 A.C. Seu amigo Filipe II, dada a sua notoriedade, convida-o para morar na sua residência e ser preceptor de seu filho Alexandre, agora com treze anos. Aristóteles exerce grande influência sobre Alexandre, ao ponto do futuro rei adormecer com a Ilídia de Homero e sonhar com os feitos de Aquiles. Tendo manifestado grande interesse pelas discussões filosóficas, investigação da natureza e pelos diversos saberes da época, fez-se acompanhar de investigadores nas suas expedições. Aristóteles ensinou-lhe aquilo que era vital para a sucessão. Aristóteles é tutor residente em Pela durante dois ou três anos, até à famosa expedição asiática, daí em diante até 336 deixa a residência do palácio real, prestando a sua colaboração e aproveitando para gerir as suas propriedades em Estagira.
No entretanto, em casa de seus pais verifica que precisa de mulher. Após a morte de Hérmias, a sua sobrinha Pítias encontra-se em Pela protegida por Filipe. Como o conhecimento amoroso já vem dos tempos de Assos acaba por casar com Pítias. Do matrimónio nasce a sua primeira filha Pítias.
Pouco tempo depois morre Pítias, junta-se à bela cortesã Herpília, a qual lhe dará um filho, Nicômaco, nome atribuído segundo a tradição.
338 A.C. Batalha da Queronéia, Os macedónios derrotam os gregos.
337 A.C. Filipe num congresso une todas as cidades gregas numa confederação, Liga de Corinto, com excepção de Esparta no Peloponeso.
336 A.C. Assassinato de Filipe, paragem no processo de invasão da Pérsia.





Pequena História da Vida de Aristóteles (5)

(intervalo)


Ao longo do trabalho várias situações a averiguar se colocam: uma respeita ao ano, colocar o ano é um marco de referência, o que não significa que o acontecimento ou facto histórico tenha ocorrido nesse ano, mas o ser possível que tenha ocorrido por volta desse ano.
Outra, é a data e causa da morte dos pais. Um teria um morrido antes do outro, ou teriam morrido os dois no mesmo ano?
Outra, ainda, é a morada da irmã e do cunhado seus tutores.
Acrescento outra, quando e onde conheceu Pítias.
Portanto, este trabalho será um princípio que aos poucos será reformulado.
Alerta-se para o facto de existirem neste imenso livro sítios cujo valor científico é indiscutível que devem ser lidos, dou como exemplo o da Academia Brasileira de Letras (assunto: Aristóteles).
As mensagens não visaram qualquer leitura de documentos em língua diferente que a Língua Portuguesa, algo a explorar.
Relativamente ao pensamento de Aristóteles não será objecto deste conjunto de postes.
Em eventual trabalho futuro passará a constar uma discriminação precisa das fontes, segundo as citações. Como não foi agora efectuado, apresento as minhas desculpas aos leitores e autores. Fontes:
http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-grega/grecia-antiga.php
Consultas de sítios no Google-Aristóteles, desde a primeira página à 40.
Consultas de sítios Google-Aristóteles Biografia, desde a primeira página à ...
Correcções(2011):30.04, 01.05, 02.05, 03.05, 06.05,

O que se pode resumir até este ponto?
O que vale é a procura. É o caminhar para o fim que não sabe "o seu quando"

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Pequena História da Vida de Aristóteles (4)

Estado Adulto


363 A.C. Tem dezassete anos entra na academia de Platão, (Platão tem 61 anos), a noroeste de Atenas, num ginásio dedicado ao herói Hecadémio, onde vai ser um brilhante aluno e professor.
É já um homem elegante, cabelo cortado e com a barba feita, mas é um meteco (estrangeiro) e um provinciano, com dificuldades na língua ateniense. A voz de Aristóteles é branda, fraca, tímida e macia, quase gagueja. Aristóteles não é um orador, mas um leitor.
Atenas no seu tempo era um grande centro cultural e artístico, invadida por muita gente variada, vive-se uma vida versátil animada e faladora. Fala-se muito depressa e usam expressões que não decifra. Cidade muito poeirenta, com o ar sufocante, húmido e onde se respirava mal. No entanto, era cosmopolita, abundavam: os grupos, boatos, a intriga, a inveja, vexações, conspirações e o diz que diz (a docha). Aristóteles frequentava os pontos de encontro, as tertúlias, os artesões, os comerciantes, os soldados, as gentes do porto, a boémia. Gosta do vinho, rir, ouvir anedotas e historietas, dos fait-divers e de mulheres. Deixou-se cair pela beleza e graça masculinas aqui e ali, não sendo o seu forte. Partilha a filia (a amizade), a afecção da alma, necessária para um homem completo e perfeito e para a organização da Polis.
Foi discípulo de Platão e Menaecmus, vindo a ser também professor.
Teofrasto foi o seu amigo fiel até à morte, confiou-lhe o seu testamento e a gestão da sua futura academia. Xenócrates, marrão e teimoso, é outro dos amigos fiéis.
Na academia não há carreiras, exames cursos com limites, não é imposto um tempo fixo de permanência, pode-se ficar o tempo que quiser, sair e entrar pelo tempo que se entender e desejar. O estímulo é uma palavra elogiosa do mestre.
Segundo Platão ele era um dos dois melhores alunos da academia.
A escola é um mini cosmos da sociedade e da cidade.
Platão abomina a docha (opinião, o diz que diz, rumor, o que se ouve). Aristóteles dá atenção à docha para a avaliar ou dela extrair o contrário. Esta será uma discordância não conflituosa entre os dois. Será sempre pró-platónico mesmo divergindo, “amigo de Platão, mas amigo da verdade”.
362 A.C. Batalha da Mantinéia. Assinado o tratado de paz entre Atenas, Esparta e Tebas. A exaustão e a depauperação de meios fragilizaram-nas.
356 A.C. Tem vinte oito anos. Nasce Alexandre o Grande da Macedónia.
Filipe II amigo de infância de Aristóteles inicia o processo de expansão da Macedónia.
Unifica o reino, incentiva a saída para o mar, conquista as minas de ouro do monte Pangeu, rearma os seus exércitos com novos equipamentos e cria a temida

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Pequena História da Vida de Aristóteles (3)

Nascimento, Infância e Adolescência


380 A.C. Aristóteles nasce na Macedónia, norte da Grécia. A sua cidade natal é Estagira, actual Stávros (nordeste da Grécia), pequena cidade marítima dum golfo do mar Egeu, fica na Calcídica, junto ao monte Athos. Esta cidade fica a um dia de viagem de Pela, capital da Macedónia.
A Calcídica foi fundada por colonos gregos de Calcis, na Eubeia, terra de sua mãe.
Seu pai, Nicômaco, e seu tio, filhos de Macaon, são médicos do rei de Amintas II, actividade que esta família desenvolve há dez gerações no palácio real. Para além de médico do palácio, Nicômaco é amigo do rei.
Amintas II é neto de Esculápio, pai do futuro rei Filipe II e avô do futuro rei Alexandre II, Alexandre o Grande.
Sua mãe é Féstias, Phaestis, imigrante de Calcis
Ao nascer o pai coloca-o aos seus pés, para exercer o seu direito de vida ou de morte, e salva-o pegando-o nos seus braços, o pai deseja para ele um futuro auspicioso.
Os pais deram-lhe o nome grego, contrariando a tradição de atribuir aos filhos o nome do avô. Se optassem pela tradição chamar-se-ia Macaon.
Ele tem duas irmãs mais velhas: Arimnesta casada com Próxenes, pais de Clístenes, e de … (em averiguação).
379 A.C. Fim da decadência de Esparta, Início da influência de Tebas. Derrota da guarnição espartana de Tebas.
378 A.C. Nasce Filipe II da Macedónia, filho de Amintas II.
Aristóteles tinha dois anos quando nasceu Filipe.
Mais tarde, no convívio e brincadeira nos jardins do palácio real torna-se amigo de Filipe.
Filipe é mais dado a exercícios de cavalaria, tiro com arco e caça, Aristóteles é mais reservado, embora ambos manifestem a paixão pela natureza. Percorrem florestas, conhecem plantas, animais, aves e peixes. É aí que desperta para a biologia. As crianças mantêm uma relação de amizade, afável, embora com divergências.
Em vez dos hábitos palacianos, Aristóteles prefere o mar e as suas gentes. Inicia a investigação dos animais marinhos, ensinado pelo pai terá feito as primeiras dissecações. Por intercepção do pai e do tio, interessa-se pela biologia e fisiologia, habitua-se a olhar para a natureza e a proceder a experimentações.
Satisfaz a sua curiosidade nos livros que decora. Lê poesia, nomeadamente, Homero e os grandes filósofos. Não é sobredotado, mas é trabalhador, paciente, atento e curioso.
Era desejo de seu pai que frequentasse uma escola de Atenas.
374 A.C. Tratado de paz entre Atenas, Esparta e Tebas. Reconhecimento da influência espartana no Peloponeso e da Segunda Liga Marítima Ateniense.
Apogeu da influência da Tessália, a sul da Macedónia, e de Tebas, mais a sul. Restauração da Liga Beócia. Reaproximação Esparta Atenas.
373 A.C. Tem sete anos de idade quando morre seu pai Nicômaco.
371 A.C. Batalha de Leuctras, Epaminondas dizima completamente a infantaria espartana.
369 A.C. Morte da Mãe, vai viver para a casa da sua irmã Arimnesta e de seu cunhado Proxénos, que passam a ser os seus tutores. A casa da irmã fica em Mísia perto de Pela.
Durante a adolescência vive entre e para os livros. Muitas perguntas nascem na sua cabeça e, eventualmente, as respostas.
Torna-se amigo de Hérmias, futuro aluno de Platão e ditador de Assos.
Enquanto jovem coloca-se o problema de seguir para Atenas para prosseguir os estudos.
Tem duas grandes opções:
Uma, a academia do sofista Isócrates, que preparava os alunos para a vida pública.
A outra, era a academia de Platão, dedicada à episteme (ciência) como fundamento da realidade, para a admissão era obrigatório conhecimentos de geometria.
...

Pequena História da Vida de Aristóteles (2)

Do Antes

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3.000 A.C. Início da Idade do Bronze.

2.600 A.C. Invasão dos povos da Anatólia.

2.000 A.C. Invasão dos povos Indo-Europeus.

1.600 A.C. Surge a Civilização Micénica.

1.200 A.C. Invasão dos Dórios e fim da Civilização Micénica.

776 A.C. Início dos Jogos Olímpicos.

500 A.C. Início da Civilização Jónica.

490 A.C. O persa Dário I invade a Grécia e é derrotado na Batalha da Maratona.

480 A.C. O rei persa Xerxes destrói Atenas. É derrotado na Batalha Naval de Salamina.

479 A.C. Os exércitos de Xerxes são dizimados na Batalha de Plateia.

477 A.C. A liga de Delos une Atenienses e Jónicos.

476 AC. As cidades de Naxos, Tasos, Corinto e Esparta (Liga do Peloponeso) iniciam a contestação da supremacia de Atenas.•

Entretanto dá-se a Guerra do Peloponeso, durante 30 anos. O choque entre Atenas e as cidades de Corinto e Corcira levaram a Liga do Peloponeso a declarar a guerra a Atenas.

Após a guerra do Peloponeso, as cidades assinam um acordo de paz, mas Esparta impõe o seu poder oligárquico em toda a Grécia.•

387 A.C. Platão funda a sua academia.

...

Pequena História da Vida de Aristóteles (1)

1.Publicada no meu blogue Intuição (encerrado)


Enquadramento histórico, segundo o meu pensamento, centrando-me sobre O Estagirita:

Não é minha intenção escrever um artigo de cariz científico, nem estou certificado para tal, mas antes de tudo, tirar uma fotografia resumo, alicerçado em leituras feitas na net, para além de muitas outras que não faço menção. Não esqueço e respeito tantos homens e mulheres que se dedicam com afinco a estas matérias, dentro delas muitos Brasileiros e Portugueses. Faço-o levado por uma ideia: faltava qualquer coisa nesta multiplicidade de sítios. Será fraco por ventura, mas deu prazer e trabalho. Procurarei ser o mais correcto possível.
No caminho li umas palavras do Sr. Professor Franklin Leopoldo e Silva (USP), que passo a citar:
"… A ignorância filosófica é, portanto, o fundamento da liberdade de saber; pois se trata de um conhecimento que procuramos movidos pela admiração, que é algo como uma espontaneidade gratuita quando comparado à necessidade, à urgência de saber aquilo de que precisamos para viver. Quando submetidos à necessidade, somos menos do que homens, somos escravos; quando movidos pela admiração, quase superamos a condição humana, pois nos colocamos na via de um saber divino: mesmo que não o alcancemos, diz Aristóteles, nossa dignidade está em buscá-lo".
É!!!
...
Portanto, este trabalho será um princípio que aos poucos será reformulado, de modo a estar mais condizente com a verdade. Sempre que novas informações surgirem serão vertidas para o conteúdo aqui presente. O tempo pouco importa e a mania das grandezas muito menos.
Fontes: http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-grega/grecia-antiga.php