quinta-feira, 19 de março de 2015

Metafísica de Des Cartes - Momento 40

Continuando a erguer pedras prováveis para o pensamento que Des Cartes alicerçou, depois de Aristóteles, segue-se

A Metafísica de Tales de Mileto
“Procura sempre uma ocupação; quando a tiveres não penses noutra coisa para além de a procurar fazer bem-feita.”




Pronuncia do Norte

Metafísica de Des Cartes - Momento 39

Aristóteles

O pensar formal a caminho da matematização
...
Raciocínio
Terceira operação Intelectiva
Actividade da mente caracterizada pela operação (processo) desenvolvida pelo intelecto, segundo o entendimento e a inteligência, aplicando as leis da razão, para passar do conhecido (assumido) para o desconhecido (desejado, ignorado), os, de dois juízos categóricos se infere como resultado outro juízo categórico, certificado por este processo formal e assumido como novo conhecimento.   

Separando no pensamento de todo e qualquer conteúdo concreto, ie, considerando só a forma





Considerando a forma pura














Continuando a abstrair
Silogismo (Argumento)
Expressão verbal, escrita ou oral, do raciocínio.
-Operação pela qual, de duas proposições declarativas (antecedente), se extrai uma outra proposição declarativa (conclusão) (consequente), em virtude das leis da teoria do raciocínio verbal.   
- O enunciado linguístico baseado no conjunto de proposições relacionadas de modo a defender uma ideia.



Forma do Silogismo
Encadeamento lógico das proposições que o compõem.
Matéria do Silogismo
Proposições tomadas propriamente no seu valor objectivo (concreto). 

Forma Canónica (Padrão) do Silogismo

Antecedente
PM
Premissa maior
Todo o x é y
Antecedente
Pm
Premissa Menor
Todo o z é x
Consequente
C
Conclusão
Todo o z é y

Através de uma representação simbólica.
Para defender um pensamento que inova, a teoria do raciocínio verbal, obriga a uma sequência que tem como ponto de partida as premissas ou antecedente (o adquirido, a justificação, a sustentação, o fundamento, as razões) e como ponto de chegada a conclusão ou consequente (a ideia a defender, derivado). 


Outras obrigações impostas pela teoria:
-A que o argumento tenha no mínimo uma premissa e uma conclusão. Aceita-se várias premissas e uma conclusão.
-Exige uma estrutura, os, uma forma de organização das proposições. Têm de estar organizadas de modo que uma seja a conclusão e as outras sejam tomadas como premissas.
-Sem ferir a teoria e por questões subjectivas, não apresentando a forma padrão para melhor averiguar a correcção do argumento, a conclusão tanto pode estar antes, no meio ou depois das premissas.


terça-feira, 17 de março de 2015

Tchaikovsky Symphony NO.6 (Full Length) : Seoul Phil Orchestra

Metafísica de Des Cartes - Momento 38

Aristóteles

O pensar formal a caminho da matematização
...
Juízo Categórico

Língua mãe
Filosofia Discurso
Filosofia Mente
Frase declarativa
Proposição declarativa
Juízo categórico


Mente
Actualidade (verbalização/comunicação)

















Juízo
Segunda operação intelectiva
Essência do acto de julgar.
Operação no intelecto usando a inteligência:
-Pela qual se estabelece uma relação de concordância/conveniência (afirmar uma relação) ou discordância/ não conveniência (negar uma relação) entre conceitos.
-Se afirma ou nega a relação entre o conceito S Sujeito, do qual se afirma alguma coisa, aquilo (ser ou conjunto de seres) de que se fala, e o conceito P Predicado, que expressa aquilo de que se afirma do Sujeito, o que se fala, diz ou se atribui ao sujeito, atributo afirmado sobre o sujeito.
Forma do juízo
Modo como ele é construído.
O modo é identificado pela cópula:
-Elemento de ligação entre o S e P,
-Representada pelo verbo ser que estabelece a relação de conveniência ou não conveniência, segundo as formas de cópula:
É, são - concordância, forma afirmativa, juízo afirmativo.
Não é, não são – discordância, forma negativa, juízo negativo.
Entre os elementos do juízo há uma relação bem definida, clara e sem margem para duvidas.
O Tipo de juízo simples tem a fórmula:
S é P  
“Juízo O Sol é uma estrela”






O raciocínio verbal aristotélico trabalha com juízos categóricos.



Uma frase – sequência de palavras organizadas de modo a constituírem um enunciado com sentido.
As frases interrogativas, exclamativas, imperativas, pedidos ou promessas, não interessam ao aristotelismo formal, porque nada afirmam ou negam, e assim, não podem ser verdadeiras ou falsas, não podem ser avaliadas em termo de verdade ou falsidade, não têm valor lógico, e nesta conformidade, não podem ter tratamento lógico.
Só interessam as frases declarativas, aquelas cujo:
-Enunciado linguístico diz algo sobre a realidade, tendo, por isso, valor de verdade ou valor lógico.
-O seu significado pode ser avaliado em termos de verdade ou falsidade, afirmam ou negam algo, tem tratamento lógico.

As frases podem fazer uma asserção, ie, uma alegação, uma afirmação categórica, podem dizer algo sobre a realidade.
Qualquer juízo envolve uma asserção (alegação/afirmação categórica) e traduz-se por uma ‘proposição’, os, uma frase declarativa, aquela cujo significado pode ser avaliado em termos de verdade ou falsidade, e em face de tal está sujeita a tratamento lógico formal.
Se exprimo um pensamento, uso uma linguagem, daí que a frase declarativa e a proposição estão indissoluvelmente ligadas, mas não são a mesma realidade.
Como uma proposição é o pensamento expresso por uma frase declarativa, assim:
-Uma proposição pode ser expressa por frases declarativas diferentes.
-Uma frase ambígua, ie, com dois ou mais significados, pode expressar proposições diferentes. 
A proposição declarativa é a expressão verbal e oral de um juízo.











O Sol é uma estrela, é a expressão verbal e oral do “juízo O Sol é uma estrela”, proposição declarativa com representação gráfica e mental.











E como não se beneficiava, nem beneficia ainda de telepatia, temos de comunicar oral e verbalmente, trabalha com afirmações categóricas que dizem algo sobre a realidade., seja esta mental ou extra muros do sentido.


Metafísica de Descartes - Momento 37

Tendo presente o pensamento formal aristotélico e deixando fluir as ideias no nosso pensamento, verificamos que aquele pensamento é uma base para o aprofundamento da matemática. 
E, foi isso que aconteceu ao longo dos séculos, com o desamarrar do aristotelismo como algo inquestionável. 
A partir dele e dando elasticidade à capacidade intelectual abstracção, do pensamento formal passamos ao pensamento proposicional e deste à álgebra de Boole, ou directamente do formal faz-se evoluir a teoria dos conjuntos e sua escrita.
Dirão, isso não é bem assim. Talvez, não seja, conforme exponho. No entanto, Aristóteles assenta arraiais nos assuntos referidos ou é a base de que se parte.
Hoje, passados tantos anos de aprender as principais operações matemáticas de separar, juntar, potenciar, multiplicar, dividir, através dos conjuntos de cerejas que o professor primário expunha nos seus cartazes brancos, tudo faz mais sentido, porque havia uma razão para isso e para muito mais que veio depois, a razão era o pensamento de um grande homem. Claro que, com a idade de sete anos não era possível saber. Soube bem saber hoje.  

Outra questão importante:
Referencias utilizadas na construção dos momentos até ao fim das posições aristotélicas:
1.
Todas os artigos encontrados com a chave "Aristóteles" no sítio Google.
2. 
Leitura de vários livros do ensino secundário, entre eles:
11º Ano 
Lisboa Editora
Filosofia
Dos Professores: Marcello Fernandes e Nazaré Barros.
Refª: 02589.01
11º Ano
Texto Editores
Pensar Azul
Dos Professores: Fátima Alves, José Aredes e José Carvalho. 
Refª:73627
A todos os professores envolvidos agradeço o prazer proporcionado e apresento as minhas desculpas por qualquer erro cometido, sendo certo que da minha parte não houve qualquer intenção de causar prejuízo ao próprios.  

segunda-feira, 16 de março de 2015

Ilumina-me - Pedro Abrunhosa

Metafísica de Des Cartes - Momento 36



Exteriormente à mente e ao sentido deparámos com
Objectos exteriores dotados de matéria e forma.
E, a Possibilidade do acto físico:
-movimento de um meio
-mudanças qualitativas
-acção na proximidade ou à distância de um objecto sobre o órgão que sente.
A percepção sensorial permite ao homem receber as formas desses objectos, independentemente daquilo que os compõem, ou seja, o sentido recebe as qualidades materiais sem a matéria delas.
O homem dirige-se aos objectos exteriores com um dos seus sentidos.
O objecto próximo ou à distância actua sobre o sentido.

Nós actuamos segundo uma sequência por etapas:
-Observamos as coisas,
-Analisamos os dados da experiência.
-Discriminamos as suas características distintivas, os, identificamos as características comuns aos elementos do grupo.
-Abstraí-mo-nos do que as coisas têm em comum, ie, separamos e ignoramos diferenças individuais ou de subgrupos.
-Retemos as características que lhes são comuns, -base conceptual.
-Sintetizamos numa representação mental as características que definem a compreensão do conceito.
-Aplicamos a todos os indivíduos de um conjunto essa representação.
A esta sequência dá-mos o nome de Conceptualização.
Dirigindo o sentido para a actualidade:
Na selva reparamos que existem muitos seres animados (vivos e orgânicos) e muitos seres inanimados (inorgânicos). Nos seres vivos distinguimos os vegetais e os animais. Os animais deslocam-se, são sensíveis e não são vegetais. Dentro do grupo dos animais vamos destacar os vertebrados, aqueles que são dotados de esqueleto ósseo. Dentro último grupo coloca-se em destaque os que amamentam enquanto pequenos e retemos só os macacos. 



Língua mãe
Filosofia Discurso
Filosofia Mente
Palavra – Mãe
Termo – “Mãe”
“Conceito de Mãe”

Conceito
Representação intelectual/mental

Espécie a – conjunto de seres ou objectos que constitui uma categoria (classe) conceptual a.

Mente
Actualidade (verbalização/comunicação)
Primeira operação intelectiva
Conceito – (“conceito de a”)
Instrumento elementar para construir o pensamento.
Operação através da qual o intelecto, segundo o entendimento, reúne na mesma representação mental, geral e abstracta, as características e as propriedades comuns a uma espécie, distinguindo-os de outros seres e objectos de classes diferentes. 
Síntese numa ideia (ou num pensamento) de todos os conhecimentos que definem uma classe de seres.









Não indica algum ser (indivíduo, objecto) concreto e particular.
Indica uma espécie a que o conceito se possa aplicar, conjunto de todos os seres (indivíduos, objectos) com alguma característica comum.
Claro que, no intelecto também circula as imagens mentais de diversos objectos. Como o conceito não se refere a nenhum objecto em concreto, não se pode confundir a representação mental de um objecto com a sua imagem mental. 

O conceito considera-se uma representação intelectual:
-Abstracta:
Nada contém do ser a em concreto.
Indica-se o que é comum a todos os a.
-Geral
Como o conceito é abstracto aplica-se a uma séria infinita de objectos da mesma classe ou conjunto, não sendo necessário descrever todas as características comuns.
-Unívoca
Mantém sempre a mesma definição e significado, independentemente, do objecto a que nos referimos, ser de um tipo ou de outro.


O termo “a” é a expressão verbal do “conceito de a” 
“a” é o termo de algo que está representado no nosso intelecto  sob a forma de um conceito.
Representa-se mental ou graficamente. Separando de todo o conteúdo o conceito, o termo pode expressar-se simbolicamente.
Um só termo pode ser escrito ou representado por um conjunto de palavras. 
Uma só palavra pode expressar vários conceitos e desse modo equivaler a diversos termos.

Considerando o ser a
Expressa-se o termo “a”











Expressa-se “isto é um a”



Compreensão/intenção de um conceito
As características que o definem como tal.
Extensão/denotação de um conceito
Conjunto dos seres a que o conceito se aplica ou refere.


Conceitos
Compreensão (ordem crescente)
Extensão (ordem decrescente)
Animal
Animado, sensível, não vegetal 
Todos os seres vivos não vegetais
Vertebrado
Animado, sensível, não vegetal, com esqueleto ósseo
Só os seres vivos não vegetais que têm esqueleto ósseo
Mamífero
Animado, sensível, não vegetal, esqueleto ósseo, mama quando pequeno
Só os seres vivos, não vegetais, com esqueleto ósseo e mamam quando pequenos
Cão
Animado, sensível, esqueleto ósseo, mamam quando pequeno, animal companhia e canídeo.
Só os seres vivos, não vegetais, com esqueleto ósseo e mamam quando pequeno, animais de companhia e canídeos.

sábado, 14 de março de 2015

Sinfonia n 1 Op21 Antonio Victorino d'Almeida

Metafísica de Des Cartes - Momento 35

Aristóteles

O pensar formal a caminho da matematização
...

Aristóteles abriu-nos dois mundos incríveis: o mundo da possibilidade e o mundo da actualidade.
O mundo que nos rodeia é um viveiro de coisas que podemos observar, graças á nossa percepção sensorial e ao nosso intelecto e suas operações. Tantas coisas passam da possibilidade à “realidade” e vice-versa. Da nossa dedicação à observação resulta algo importante, - experiência.

As funções do intelecto:
Entendimento
Faculdade da mente pela qual ela se apodera das ideias e as compreende.
(Ou, segundo o pensamento de Kant - Faculdade de ajuizar, os, coordenar, por meio de categorias (dados da experiência) em sistemas coerentes).
Inteligência
Conjunto de todas as faculdades intelectuais ou funções mentais (memória, imaginação, juízo, raciocínio, abstracção, concepção) que têm por objecto o conhecimento. 
Consciência
Estado mental que me permite conhecer enquanto sujeito e distinguir os objectos que me rodeiam.

O mestre procurava no mundo as diferentes qualidades das coisas (géneros) e gerou agrupamentos (classes/conjuntos) de seres, e dentro destes criou subconjuntos.
Género – qualidade
Conjunto de seres (objectos, indivíduos) que têm entre si características comuns.
Mas, também vai em procura da
Espécie
Subdivisão que abarca todos os seres (objectos, indivíduos) que se distinguem dos outros por carácter específico que só têm em comum.
A definição de género deve ser formada de modo que nenhuma espécie é deixada de fora. Determinados o género e a espécie, procura-se os pontos de similaridade das espécies separadamente e, em seguida, considera-se as características comuns das diferentes espécies.
Definição
Afirmação do carácter essencial de um assunto, envolve o género e a diferença.
Para atingir uma definição verdadeira, temos de descobrir as qualidades dentro do género que, tomadas separadamente, são mais largas que o assunto a ser definido, mas em conjunto são precisamente igual a ele.


As definições podem ser imperfeitas por obscuridade, por ser muito grande, ou por não indicar os atributos essenciais e fundamentais.