A Cosmologia Aristotélica
Não explicará como é o Universo, mas adianta
ideias. Não nos dá, aos olhos de hoje, uma explicação cabal e com mais
certezas. Dá-nos uma ideia do seu universo com os instrumentos que possuía,
nomeadamente, a sua observação, o conhecimento que lhe foi possível adquirir e
com a sua crítica.
O universo é eterno, não tem princípio, nem fim.
Mas, é finito termina no limite traçado pelos pontos mais longínquos das
órbitas das estrelas.
A natureza é em todas as coisas dotadas de um
princípio de movimento, só o pensamento separa nas coisas a sua forma e a sua
essência. Todo o composto de forma e de essência é um ser natural ou um ser por
natureza.
Divide o universo em duas grandes regiões: Mundo
Sub-Lunar e Mundo Supra-lunar (Meta-lunar):
Mundo Sub-Lunar
Região que compreende tudo abaixo da Lua, excluindo
esta, onde se inclui a parte terrestre.
A terra é o centro da região Sub-Lunar, e como tal
do universo, nessa região a Terra permanece imóvel.
Na região terrestre predominam as substâncias
primordiais ar, água, terra e fogo com naturezas diferentes, que se misturam,
da mistura resulta que tudo sofre mutação e é corrompido. Esta mudança
traduz-se em desequilíbrio e imperfeição, o que leva a dizer que o nosso mundo
não é perfeito.
Todos os corpos são compostos dos quatro elementos.
Os movimentos dos corpos celestes são
rectilíneos, ascendentes segundo o ar e o fogo, e descendentes segundo a terra
e a água. Os movimentos não rectilíneos dos corpos são violentos ou forçados
por algo que lhes é exterior, de onde resulta uma violação da ordem natural.
Todos os movimentos se realizam com um fim em vista que é a manutenção da ordem
do conjunto. Alterando-se a ordem, a natureza com os seus mecanismos próprios
restabelece a ordem necessária e justa
Mundo Supra-Lunar
Compreende o que está para além da Lua, inclusive
esta, concretamente, os planetas: Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno, e
ainda o sol e as outras estrelas.
Nesta região os corpos celestes não se compõem das
quatro substâncias primordiais já referidas, mas da quinta-substância essência,
-o éter, forma este mundo, dotado de um movimento circular e uniforme, incorruptível,
eterno, material leve, transparente, que sempre corre e que confere ao céu e á
região e aos corpos celestes que nestes vagueiam homogeneidade, harmonia,
regularidade, perfeição e ordem.
Como se verifica os corpos celestes não vagueiam
pelo espaço vazio, considerado por ele inexistente.
Os astros planetas e estrelas são esferas perfeitas,
compostos de éter, giram à volta da terra eternamente, com uma velocidade
uniforme, segundo órbitas circulares perfeitas. O movimento destes deve-se às
esferas de éter que os circundam, em que o movimento destas é impulsionado por
motores imóveis.