sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Pelos Caminhos de Barukh Spinoza

Algo, por agora:


No seguimento da admiração, em certa altura, de Leibniz por Spinoza viajarei por entre momentos da sua vida e obra, entre outros e ele, entre ele e os outros. Aliás, duas visões sobre as coisas que se tocam e se afastam. Ambos, morrem sós e abandonados.
Até ao momento, a primeira impressão que fica é de homem austero, frugal, estudioso, que desenvolveu as suas ideias e se manteve firme nas suas convicções. Tinha a sua perspectiva sobre as coisas e não abdicou delas. Foi fiel aos princípios que defendeu. Talvez, se tivesse outro modo de estar e ser na vida, outro trabalho e outra saúde, poderia ter aprofundado uma ou outra visão das coisas de outros interessados da sua época, o que levaria a mudanças nas suas noções. Mas, a morte interrompeu-lhe o caminho. Não era fácil viver nas circunstâncias que o rodeavam e viver praticamente isolado. Eram outros tempos. Se as coisas não fossem assim, eu não estaria aqui a caminhar com ele, através das suas palavras e das dos outros a respeito do seu pensamento.
Dá-nos, em termos teoréticos, uma imagem da substância suprema que não partilho totalmente, mas a ver vamos. Vai-se subindo as escadas devagarinho, saboreando degrau a degrau.

Desde logo, algo incompreensível num mundo de homens, mas a história é assim mesmo, de vez em quando, em nome seja lá do for, surgem as asneiras, e gravíssimas por continuarem por muito tempo:
" A inquisição tem início em Portugal com o pedido da sua instauração feita por D. Manuel I ao Papa, em 1496, por motivos das contra-partidas do seu casamento com uma princesa espanhola. É oficialmente estabelecida em 1531 pela bula papal para o efeito de Clemente VII. Era um tribunal eclesiástico junto da corte, teve a sua expansão e terminou com a Revolução Liberal, em 1821, embora continuasse em termos religiosos, sob a forma de Congregação Para a Doutrina da Fé. Essencialmente, baseava-se na denúncia popular, sendo depois analisada pelo tribunal inquisitorial competente da zona e finalizava com o respectivo julgamento. Uma estrutura que servia a igreja e a corte na eliminação de todos aqueles que se lhes opunha e não professavam a religião católica instituída".
Portanto, por vezes, trilham-se caminhos que mais valia não entrar neles, mas a história cá está; se honesta, crítica e objectiva não esconde.

Marrano - gentio convertido à força ao Catolicismo, como os judeus, os muçulmanos e outros com confissão religiosa ou sem ela.

Os judeus portugueses daquele tempo e anteriores eram descendentes da comunidade Sefardim que se estabeleceu na Espanha, advindos da Judeia, daí eles ser apelidados de sefarditas.

Saliento o grande papel do Santo João Paulo II na limpeza definitiva destas questões gravíssimas que aconteceram e foram provocadas por um submundo de homens. É Santo por isso mesmo.

Mais de quatrocentos anos para admitir a liberdade! Serão precisos mais quatrocentos para adicionar à liberdade a responsabilidade? E, serão precisos mais dois mil e poucos anos para se perceber que o horizonte não é destes poucos e daqueles, mas de todos?
Talvez.
São meras impressões tornadas públicas.



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