segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Leibnuz e os nossos alongamentos sucessivos Pág. 1














Intoxicação com palavras, entre o extenso e o inextenso, sem recurso a produtos psicotrópicos. O alongar de palavras sem acção, qualificando ou desqualificando, em suma “uma grande pancada na caixa encefálica”.
Verto para o enxameado de pintas cinza conjuntos de pequenos desenhos brancos, representações do que campeia no centro nevrálgico de todos os meus neurónios, sinónimos de desconcerto e espanto. Arritmias da mente perante o que está para aquém e além da coisa tomada como tal.  

O extenso, o estendido, o parcelado, o composto de parcelas, o físico, palco da experiência, qualidade substantiva do criado, do que é, da realidade, do universo difíceis de encerrar. O materialismo científico e dialéctico, a possibilidade do concreto passeando de braço dado com o abstracto. O que se desenrola do muito próximo até ao muito longínquo, do por dentro até à fronteira sem o alcance da vista. O cenário dos jogos entre a energia e a massa, o campo vastíssimo da matéria, do seu deambular e das suas conexões. O próximo e a percepção das reflexões a partir do que se destaca. As referências e as dimensões. A arquitectura das estruturas. A duração do esforço sentido no ir e vir de um ponto a outro, para a frente e para trás, às curvas, aos ziguezagues ou a direito, repentina ou sempre igual, o repouso. A luta permanente entre perdas e ganhos. O que se eleva e o que se afunda, o que se estica e o que se comprime. O penetrável e o impenetrável, o que envolve e envolvemos, líquido ou gelatinoso, gasoso, fedorento ou irrespirável. Pesado ou leve, quente ou frio, suave ou agreste. Confortável ou desconfortável, que confortamos e provocamos. Causador da alegria até ao sofrimento. Vibra e assume a vibração, a tracção, a fricção, a inércia e o atrito. Ondula e suporta a ondulação. Nele se gera, se desmultiplica, se multiplica, se estaciona, se desintegra e se dilui como contribuição. Locomove-se a máquina, o animal, o peixe, a ave e o insecto. Teimoso como um raio, não deixa perceber o seu princípio, nem o seu fim, acalenta-se no seu vastíssimo meio, reserva para cada gerado uma pequeníssima parte, com um início e um fim determinados.

-Leibnuz, Ajuda-me a empurrar a carroça.
Não responde?
-Prontos, Gottfried Wilhelm von Leibniz, würde Ihre Lordschaft mir helfen, schieben Sie den Wagen? (Gottfried Wilhelm von Leibniz, vossa senhoria poderia-me ajudar a empurrar a carroça?).

…Aquele emaranhado de gatafunhos chegou a uma situação carente de algo. Algo que o finalize, ou lhe que lhe dê outro sentido à marcha. Já a seguir uma coisa será e um acontecimento ocorrerá por uma razão.
Considero-o aqui e agora: “.” O que se designa por ponto, final, de situação ou nova situação.
Imediatamente após a sua criação, a reflexão que dele advém causa uma impressão que se destaca nesta superfície. Verifico que: ele – é – algo distintivo; mas, não assume a condição: ele – não é – algo distintivo, nas mesmas circunstâncias.
Em condições normais, o circunstancialismo de eu estar próximo e perante ele num momento, o espaço que ocupa é tão ínfimo, tão ínfimo, que nem sequer coloco a hipótese de o comparar com uma unidade padrão, em rigor ocupa uma posição determinada. É algo onde não posso acomodar um volume ou uma superfície, é indivisível, dada a impossibilidade de o parcelar. Portanto, este necessário (agora e para outras composições) não tem extensão, ou dimensões, não lhe atribuímos um formato ou figura.
Será que o posso decompor? Não, porque se me fosse permitido a repartição originaria ainda dois ou mais pontos. Ele é extremamente diminuto, o alcance da ... 

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