Cada homem e cada
mulher, à medida que a idade avança, vai construindo a sua noção do mundo, ie,
cada um e cada uma tem a sua “visão do mundo”. Por vezes, num momento de
sossego, pensamos sobre as coisas, e perguntámos: eu “vejo” o mundo deste modo,
mas ele será mesmo assim?
É esta pergunta
provocadora que impele à procura de tudo o que satisfaça outra pergunta: Que é
o mundo?
Platão, Aristóteles,
S. Tomás de Aquino, Galileu, Des Cartes e tantos outros, situaram-se fora do
senso comum que nos acompanha no dia-a-dia e despenderam grande parte do seu
tempo, senão todo, a gerar alinhamentos mais evoluídos de ideias que dessem uma
resposta pessoal à pergunta referida.
Cada um deu a sua
resposta e hoje cada uma delas engrandece a nossa visão do mundo, os,
desamarra-nos de algum atropelo que nos possa atingir. Cada uma é um
ensinamento.
Metafísica de Aristóteles (sumaríssima)
Também
este homem brilhante, cuja vida, obra e pensamento entusiasmam ao fim de tantos
séculos, dedicou a sua vida a responder à pergunta “que é o mundo”. Sentado na
biblioteca da Academia de Platão, depois de por em ordem tanto manuscrito,
interrogou-se: o que leva as coisas a serem como são? E a questão plantou-se
dentro de si, e por lá andou até ao tempo da sua própria academia.
Deixando
os sentidos cavalgarem a onda e a experiência que vamos ganhando com eles,
conseguimos distinguir características nas coisas que nos indicam como elas
estão.
Mas,
a questão é definir as condições que as fazem existir e como são.
Aristóteles
vem da Academia Platónica com a ideia de que a essência das coisas está num
mundo inteligível. Ele é um homem observador, experimentador sagaz e dotado de
uma mente brilhante. Admite que a essência das coisas está nelas próprias e não
se separa do mundo das formas e das ideias perfeitas. Essa essência por muito
que se passe pelo coador destaca-se como fundamento da natureza da coisa, surge
assim uma noção que vem até hoje, -a substância.
Quero fazer uma escultura.
Tenho um projecto para a executar (forma) e tenho a madeira (matéria). Para ter
a escultura tenho que fundir a forma com a matéria.
Quero fazer um machado.
Tenho que ter duas matérias, a madeira para o cabo e o ferro para parte
cortante. Falta-me agora o necessário projecto para concretizar o objectivo
(forma).
Portanto, a substância é precisamente
a fusão da matéria com a forma.
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