sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Metafísica de Aristóteles - MD - Momento 1

Cada homem e cada mulher, à medida que a idade avança, vai construindo a sua noção do mundo, ie, cada um e cada uma tem a sua “visão do mundo”. Por vezes, num momento de sossego, pensamos sobre as coisas, e perguntámos: eu “vejo” o mundo deste modo, mas ele será mesmo assim?
É esta pergunta provocadora que impele à procura de tudo o que satisfaça outra pergunta: Que é o mundo?
Platão, Aristóteles, S. Tomás de Aquino, Galileu, Des Cartes e tantos outros, situaram-se fora do senso comum que nos acompanha no dia-a-dia e despenderam grande parte do seu tempo, senão todo, a gerar alinhamentos mais evoluídos de ideias que dessem uma resposta pessoal à pergunta referida.
Cada um deu a sua resposta e hoje cada uma delas engrandece a nossa visão do mundo, os, desamarra-nos de algum atropelo que nos possa atingir. Cada uma é um ensinamento.

Metafísica de Aristóteles (sumaríssima)

Também este homem brilhante, cuja vida, obra e pensamento entusiasmam ao fim de tantos séculos, dedicou a sua vida a responder à pergunta “que é o mundo”. Sentado na biblioteca da Academia de Platão, depois de por em ordem tanto manuscrito, interrogou-se: o que leva as coisas a serem como são? E a questão plantou-se dentro de si, e por lá andou até ao tempo da sua própria academia.
Deixando os sentidos cavalgarem a onda e a experiência que vamos ganhando com eles, conseguimos distinguir características nas coisas que nos indicam como elas estão.
Mas, a questão é definir as condições que as fazem existir e como são.

Aristóteles vem da Academia Platónica com a ideia de que a essência das coisas está num mundo inteligível. Ele é um homem observador, experimentador sagaz e dotado de uma mente brilhante. Admite que a essência das coisas está nelas próprias e não se separa do mundo das formas e das ideias perfeitas. Essa essência por muito que se passe pelo coador destaca-se como fundamento da natureza da coisa, surge assim uma noção que vem até hoje, -a substância.
Quero fazer uma escultura. Tenho um projecto para a executar (forma) e tenho a madeira (matéria). Para ter a escultura tenho que fundir a forma com a matéria.
Quero fazer um machado. Tenho que ter duas matérias, a madeira para o cabo e o ferro para parte cortante. Falta-me agora o necessário projecto para concretizar o objectivo (forma). 

Portanto, a substância é precisamente a fusão da matéria com a forma.

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