segunda-feira, 5 de março de 2012

Os passos de Leibniz (II)




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Só que a companhia do pai não irá ser longa. Já com seis anos, em 1652, morre o pai, desfaz-se a conjunção monada-corpo Friedrich Leibnuz. A sua educação fica a cargo da mãe, que lhe incute a moral luterana, a abnegação pelo estudo e lhe preserva a biblioteca com um espaço seu. A mãe tem um papel fundamental na sua vida e filosofia. É na biblioteca que Godofredo acalenta o fascínio, por entre brincadeiras.

1653, Com sete anos ingressa na escola primária Nicolai, onde se lecciona latim.
No entanto, é por voto próprio, através das leituras, que desenvolve os seus conhecimentos de latim e grego. Lê os clássicos gregos (Platão e Aristóteles), romanos (Virgílio), São Tomás de Aquino, matemáticos, outros historiadores e diversos filósofos, entre escolásticos e teólogos protestantes. Dá grande importância à lógica aristotélica. Dois livros em latim foram fundamentais para o seu desenvolvimento: De Calvisius, “Chronologicus Thesaurus” e do historiador Titus Lívio, uma edição ilustrada.
Por volta dos doze anos (1658), facilmente lia e escrevia (versos) em latim e em grego. Ele centrou-se no estudo da lógica, criticou a lógica aristotélica e procurou dar-lhe outro seguimento, pela incorporação de melhorias. 
Aos quinze anos (1661) entra na Universidade Leipzig para a formação em filosofia, sendo orientado por Jacob Thomasius, responsável pelo desenvolvimento da história da filosofia na Alemanha da altura. A matemática tem como professor Johann Kühn, especialista em Euclides. Reconheça-se que os estudos nesta universidade não eram muito avançados, como ele próprio veio a reconhecer mais tarde. Teve acesso aos textos de vários cientistas, filósofos e matemáticos, a título de exemplo: Bacon, Hobbes, Galileu, Descartes, Bruno e Lúlio. Surgiu-lhe, então, o sonho de reconciliar o pensamento moderno com Aristóteles e os escolásticos. Ao estudar lógica vêm-lhe à ideia a necessidade de um alfabeto do pensamento, através das noções de alguns daqueles autores, uma combinação de letras do alfabeto que procurariam expressar o conhecimento e a análise das palavras levaria a novos desenvolvimentos. Outras disciplinas que frequentou foram retórica, latim, grego e hebraico.
Depois de defender a tesa “Disputatio Metaphysica de Principio Individui” em Maio de 1663, é bacharel em filosofia. Esta tese foi inspirada no nominalismo luterano e nas leituras de Bruno, nela enfatiza o valor da existência do indivíduo, explicado pelo seu ser total, portanto, nem só pela matéria, nem só pela forma. Começando aqui a germinar a noção de substância simples, enteléquia ou mónada.   
Aproveita as férias de verão de 1663 para frequentar a Universidade Jena, onde desenvolve mais os seus conhecimentos de matemática com o professor Erhard Weigel.
Outubro de 1663 é mestre em filosofia com uma tese onde combina aspectos de direito, filosofia e matemática.   
Após esta dissertação a mãe morre.
Nos inícios de 1664 começa a preparar a sua tese para o bacharelato em direito na mesma universidade. Em 1666 defende a tese Specimen quaestionum philosophicarum ex jure collectarum”, com a qual é, também, bacharel em direito.
Terminado o curso de direito é sua intenção apresentar tese de doutoramento. Só que entre Leibniz e a esposa do Deão da universidade tinha vindo a gerar-se uma antipatia constante, uma das razões pelas quais lhe foi recusado o doutoramento, embora oficialmente a razão terá sido a idade.
Nesse mesmo ano começa a escrever “Dissertatio de Arte Combinatória” apresentando um modelo, onde afirma reduzir todo o raciocínio e descoberta, verbal ou não, a combinações de elementos como números, letras, sons e cores. 
Em face da recusa em Leipzig decide matricular-se na universidade de Altdorf - Nuremberga para o doutoramento. Recebe o título de doutor, após a defesa da tese Disputatio Inauguralis de Casibus Perplexis in Jure”, escrita em 1666.
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