segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Leibnuz e os nossos alongamentos sucessivos Pág. 3


O ponto tem sido uma ferramenta muito útil na procura do obscuro. Ele funciona como um farol. O homem com o seu auxílio penetra nas estruturas com nano dimensões e afoita-se nas mega distâncias do universo em seu redor.

Referindo-me ao meu primeiro “.”, constato que ele existe, tem uma posição determinada e não pode ser dividido.

Mas, é destrutível. Basta pegar na borracha e faço-o desaparecer. Teve um início, um meio e há-de ter um fim, não é eterno. Sé é destrutível, não será difícil dissolvê-lo quer noutro lugar, quer na mente. Neste caso bastaria desviar a atenção para outros caminhos.

Ele é individual e unitário. Ele é uma “Monas”.

A partir dele reproduzimos uma infinidade deles todos idênticos, não distinguimos as propriedades uns dos outros, não percepcionamos diferenças entre eles.
Mas, isto não quer dizer que não possamos estabelecer relações entre eles, nomeadamente, geométricas, segundo um plano referencial, campo de manifestação de uma variação, onde pontos são funções de outros, onde conjuntos de pontos se aplicam noutros conjuntos.   

Verifica-se que, desde que foi desenhado, ele mantém a mesma posição e manterá, enquanto a nossa vontade permanecer, ele não possui um princípio interno que o impulsione ao movimento ou ao repouso. Ele tem a sua origem e assume outra posição conforme a imposição da nossa acção. Ele não tem a actividade como elemento da sua essência. A animação que, eventualmente, possa ter é conferida por outrem.   

Destaquei que o ponto pode ser encarado como instrumento de trabalho, em três níveis: mente, sentidos e extensão. Trabalho em o relevar na extensão, estando atento às variações e o trabalho consciente em reflectir com ele e a partir dele. Eu tenho as capacidades: percepção e apercepção (consciência e reflexão), só que o ponto é amorfo para lá do plano dos sentidos. Ele ondula ao sabor da variação da extensão. Com a sua infinidade indivisível ele é a marca de posição de algo material também dotado da mesma característica. Ele não é material, só o é enquanto grafismo. Ele é imaterial ao nível da mente, enquanto instrumento de trabalho no plano da consciência.

Disse que o ponto, na extensão, é carente de um princípio interno que lhe acalente o binómio repouso-movimento e que era amorfo, visto que ondula ao sabor da infimo-material-indivisível, através destas qualidades ele permite-nos imaterialmente detectar e conjugar as relações materiais verificadas.
A noção que temos do extenso baseia-se, em parte, na aceitação da informação sistemática que recebemos através dos sentidos, daí o concebermos como o palco, com o seu quê de volumétrico, sem paredes, nem chão e sem tecto, onde não sabemos onde terminam essas limitações. Sabemos que ele se deforma e enforma, se expande e se comprime e converge para um ponto ou diverge de um ponto ali ou acolá. Um modo de o conceber é considerarmos o “eu” como o ponto de intercepção de todas as rectas possíveis, passamos a ter o trunfo de percepcionar em todas as direcções. Em certa medida confundo universo com extenso-em-si. Mas, é nesse o palco onde proliferam corpos, que se apresentam como variações ou mudanças, uns são acessíveis às nossas capacidades e outros não caem no âmbito das nossas possibilidades. Agrupamos os corpos em conjuntos e aceitamos conjuntos sem corpos. Os corpos serão subdivididos em corpos efectivos, em corpos possíveis e em corpos impossíveis de alcançar pelas nossas capacidades. Relativizando o extenso-em-si para mais próximo das nossas possibilidades, considerando tal como o extenso, neste constatamos acontecimentos e objectos. O 
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