quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Os Passos de Leibniz (I)




Este é o cenário onde vou descrever os passos de Von Leibniz.  


É a Europa de ontem, de hoje e de amanhã, se nunca esquecermos todos aqueles que como Leibniz nos influenciaram porque foram, aconteceram e fizeram. Acima de tudo, deixaram-nos noções que fizeram estremecer as estruturas do nosso pensamento, abrindo mais pistas para encarar o mundo criado e o seu criador ou o mundo incriado. Com essas alavancas hoje estamos diferentes em muitas coisas. Noutras, infelizmente, por esquecimento dessas alavancas ou por falta de acesso a elas estamos como sempre estivemos. Mas, não é por falta de homens que teimam em procurar que não estamos muito melhores, em muitas mais coisas. E, é este princípio que nunca deve ser esquecido por nós europeus. Seguindo o pensamento de Leibniz, tomando cada um e o conjunto, unindo a diversidade pelos pontos comuns, poder-se-á dizer que a Europa tem uma "alma". 

Não interessa, vou recuar a 1645 para depois continuar.
Entro num período pós Reforma Protestante, segundo a influência de Martinho Lutero (1483, 1546) e num espaço inserido no Sacro Império Romano – Germânico (962, 1806). Este império variável em território ao longo do tempo, situado no centro da Europa, vivia um pós “guerra dos trinta Anos” (1618-1648). A penúria era muita em virtude daquelas lutas. Era dominado pelo imperador, ao tempo católico, mas rodeado de principados protestantes. Em certa medida é um império a caminho do enfraquecimento total, ao qual não foi alheio as lutas intestinas, intuitos expansionistas e invasões externas.
No decurso do ano de 1638 nasce o príncipe francês Luís XIV, futuro rei sol, soberano do iluminismo, sucessor de Luís XIII. Inicia o seu reinado com cinco anos, passando a França a ser governada pelo cardeal Mazarino até à maioridade do rei.  
Em 1640 Portugal liberta-se do poder espanhol dos Filipes, soberanos do império austro-húngaro.
Na Grã-Bretanha, vive-se um período de guerra civil de 1642 a 46, puritanos e presbiterianos escoceses, aliam-se ao parlamento contrário ao Rei Carlos I. Esta oposição sai vitoriosa sob o comando de Oliver Cromwell, que proclamou a República. O rei foi julgado e condenado pelo Parlamento, sendo a sua execução em 1649. Cromwell dissolveu o Parlamento que serviu, proclamou-se protector da Inglaterra e governou com poderes absolutos até à morte em 1658.
Salienta-se que Newton nasce em 1643.
Por volta do mês de Outubro de 1645, viviam em Leipzig, região da Saxónia, o casal Friedrich Leibnuz e Catharina Schmuck (sua terceira mulher), ambos de origem alemã, com ascendência eslava. Família piedosa e culta, praticantes da região luterana. Alguns antepassados do Sr. Leibnuz (em eslavo Lubeniecz) nas últimas três gerações tinham estado ao serviço do governo saxão. Ambos no aconchego do lar, aproveitam uma pausa e num acto de amor originam um novo ser. Começam a desmultiplicar-se as células de um dos reis da Metafísica.
No dia 01 de Julho de 1646, Catharina entra em trabalho de parto e nasce o rebento Gottfried Wilhelm von Leibnuz (nome que mais tarde altera para Leibniz ou Leibnitz).
Também ele teve um primeiro filósofo de orientação, o pai. O seu primeiro questionamento não ficou sem resposta, e também com igual probabilidade, entre brincadeiras teria ouvido muitas histórias das aventuras clássicas gregas e romanas. Uma pergunta possível na sua tenra idade terá sido:
-“Que língua é essa que lês em voz alta?”
-“É latim, meu filho.”
O pai era professor de filosofia moral (ética) na Universidade de Leipzig e possuía em sua casa uma excelente biblioteca, é ele quem lhe incute o gosto pelo estudo histórico...




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